A Síndrome de Asperger é um transtorno do espectro autista, que no CID 9 está classificada sob o número 299.8 (outros transtornos invasivos do desenvolvimento) e na CID 10 está classificada sob o número F84.5 e cuja a definição é de um transtorno que tem anormalidades quantitativas na interação social recíproca típicas do autismo, junto com um repertório de interesses restrito, estereotipado e repetitivo.
A diferença entre a Síndrome de Asperger e o autismo primário é que não há atraso da linguagem e do desenvolvimento cognitivo. As dificuldades persistem pela adolescência e vida adulta.
Características Cognitivas
Segundo Lynda e Michael Thompson (2009), as principais características da Síndrome de Asperger são:
1) Fala pedante e falta de modulação da prosódia (entonação da fala);
2) Honestidade e interpretação literal da linguagem
3) Dificuldade em interpretar o tom de voz, linguagem corporal e expressões faciais;
4) Dificuldade em desengajar a atenção e mudar o foco de uma situação para outra;
5) Vocação para profissões que requeiram lógica e pensamento analítico e sequencial;
6) Relacionamento melhor com adultos do que com pessoas da própria idade;
7) Compartilhamento de sintomas com o TDAH, com déficit de atenção e funções executivas
8) Apresenta crises de raiva quando frustrado;
9) Falta de imitação de comportamentos sociais, interpretação inadequada das ações dos outros e falta de empatia;
10) Falta de compreensão intuitiva do que os outros estão pensando e sentindo;
11) Falta de compreensão das mudanças de contexto das situações sociais;
12) Rigidez, movimentos repetitivos e comportamentos compulsivos;
13) Isolamento das situações sociais, vítima de bullying e interesses restritos, muitas vezes, não compartilhados com as pessoas da mesma idade;
14) Dificuldades com atenção dividida e alternada, planejamento, organização e inibição dos impulsos;
15) Ansiedade e depressão.
Neurofeedback e Autismo
Não é novidade
para ninguém que vivemos atualmente em um período de intensas modificações e
desenvolvimento tecnológico. Na área da saúde, esse avanço tecnológico tem
possibilitado o surgimento de novos instrumentos que auxiliam tanto no diagnóstico
quanto no tratamento de diversas doenças. O neurofeedback é uma dessas
inovações tecnológicas que, apesar de não ser muito conhecida, constitui uma
ferramenta promissora para minimizar alguns dos sintomas de várias desordens
neurológicas, psiquiátricas, psicológicas e do desenvolvimento, incluindo o
autismo.
Coben, Linden e Myres (2009), afirmam que através do Neurofeedback as pessoas
aprendem a inibir padrões de ondas cerebrais que são produzidas de forma
excessiva (gerando efeitos negativos), diminuindo ou aumentando essas freqüências
alteradas (produzindo efeitos positivos). Esses efeitos negativos estão
relacionados aos sintomas presentes nos diversos problemas neurológicos,
psiquiátricos, psicológicos e do desenvolvimento. Os efeitos positivos, por
outro lado, dizem respeito à sensação de bem-estar decorrentes da minimização
dos sintomas. No caso do autismo especificamente, estudos apontam que o uso
dessa tecnologia podem melhorar alguns dos sintomas.
Alguns estudos:
·
Revisão da literatura feita por Coben, Linden e Myres (2009) –
estudos realizados entre 1995 a 2005 com pacientes autistas indicam melhora nas
habilidades atentivas, no comportamento motor, impulsividade, na socialização,
comunicação, desempenho acadêmico/escolar e etc.(Livre tradução).
·
Thompson, Thompson e Reid (2009) – O estudo realizado com
pessoas que possuem a Síndrome de Asperger demostrou que o neurofeedback produz
efeitos positivos, na medida em que ajudam a diminuir os sintomas de
dificuldade de atenção e ansiedade, além de melhorar habilidades acadêmicas,
intelectuais e sociais. (Livre
tradução).
Sichel, Fehmi e
Goldstein (1995) - Esse estudo de caso realizado com um menino autista de oito
anos revelou que após várias sessões de neurofeedback, o mesmo demonstrou
melhoras significativas na comunicação (apesar de sua verbalização continuar
limitada); passou a expressar mais afeição e estabelecer contato visual; passou
a atentar e reagir à presença dos outros; apresentou melhoras no sono;
diminuição dos sintomas de ansiedade, dos comportamentos estereotipados e dores
de cabeça. Ele também passou a participar mais de brincadeiras que usavam a
imaginação.
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