14 de fev. de 2010

Transtornos de Aprendizagem















A aprendizagem resulta de questões educacionais ou ambientais e as cognitivas da crianças.

Estratégias educacionais ineficientes podem afetar gravemente o nível de aprendizado infantil. Independente da causa primária, as crianças com dificuldades de aprendizagem estão defasadas em relação a seus colegas quanto a importantes aspectos de aprendizagem.

A neuropsicologia cognitiva contribui para o estudo de alguns comprometimentos no desenvolvimento cognitivo normal, bem como para a emergência de questões teóricas que suscitam revisões de modelos de desenvolvimento mais tradicionais como os de Piaget.

Entretanto, mesmo nos casos onde os chamados transtornos de aprendizagem possuem um comprometimento cerebral subjacente, além do entendimento da etiologia do quadro clínico, bem como dos déficits e a preservação cognitivas observadas neste contexto, também nos deparamos com os desafios impostos pela multiplicidade de fatores afetivos, sócio-culturais e pedagógicos envolvidos no processo de aprender e, nesse sentido lidamos com a incerteza e a possibilidades de múltiplas intervenções.


Distúrbios do desenvolvimento da Linguagem oral e escrita
São perturbações duráveis da função da linguagem e perturbações das audições, que não derivam da ma formação dos órgãos fonadores, ou de uma encefalopatia caracterizada, nem de uma lesão cerebral focal, nem de uma deficiência mental, ou distúrbio evasivo do desenvolvimento problemas sensoriais ou motores, nem do contexto social que impeça a aprendizagem.

Distinguimos a disfasias e as dislexias do desenvolvimento cuja evocação diagnostica deve ser objeto de um diagnóstico diferencial rigoroso.

A freqüência de DDL é de 5% nas crianças que inciam a escolaridade.















Dislexias
Caracteriza-se por uma dificuldade na área da leitura, escrita e soletração. A dislexia costuma ser identificada nas salas de aula durante a alfabetização sendo comum provocar uma defasagem inicial de aprendizado.

Processamento lingüístico da leitura. Ocorre por pelo menos em duas vias (Patterson, 1994)

Via lexical: (acesso ao significado, leitura de palavras Irregulares – sistema semântico (significado das palavras).

Via não lexical: (conversão da ortografia à fonologia seguindo regras da língua escrita – palavras regulares novas ou não reais)

A dislexia não é resultado de má alfabetização, desatenção, desmotivação, condição sócio-econômica ou baixa inteligência. Ela é uma condição hereditária com alterações genéticas, apresentando ainda alterações no padrão neurológico.

Por esses múltiplos fatores é que a dislexia deve ser diagnosticada por uma equipe multidisciplinar. Esse tipo de avaliação dá condições de um acompanhamento mais efetivo das dificuldades após o diagnóstico, direcionando-o as particularidades de cada indivíduo, levando a resultados mais concretos

A criança irá apresentar dificuldade para linguagem oral e escrita, lentificação para leitura e ortográfica.

Podendo aparecer sintomas de disgrafia (letra feia);

- discalculias, dificuldade com a matemática, sobretudo na assimilação de símbolos e de decorar tabuada;dificuldades com a memória de curto prazo e com a organização’;
- dificuldades em seguir indicações de caminhos e em executar seqüências de tarefas complexas;dificuldades para compreender textos escritos;
- dificuldades em aprender uma segunda língua.
- dificuldades para percepção espacial, confusão direita e esquerda.

A criança poderá apresentar dispersão, fraco desenvolvimento da atenção , atraso no desenvolvimento da fala e da linguagem, dificuldades para aprender rimas e canções, fraco desenvolvimento na coordenação motora, dificuldade para organização, planejamento,(montagem de quebra cabeças), falta de interesse por livros impressos

Este dados não são efetivamente os sintomas que possam indica necessariamente que ela seja disléxica há outros fatores a serem observados,mas estaremos diante de um quadro que pede uma maior atenção e/ou estimulação.

Os sintomas que uma criança apresenta pode indicar vários diagnósticos, é de supra importância que seja efetuado um diagnostico multidisciplinar para poder caracterizar o quadro de dislexia. Antes disso, só indicam um distúrbio de aprendizagem, não confirmam a dislexia, podendo mesmo ser sintomas de outras situações, como lesões, síndromes e etc.

Devem ser descartados déficit intelectual, disfunções ou deficiências auditivas e visuais, lesões cerebrais (congênitas e adquiridas), desordens afetivas anteriores ao processo de fracasso escolar (com constantes fracassos escolares o disléxico irá apresentar prejuízos emocionais, mas estes são conseqüências, não causa da dislexia).













Alguns tipos de dislexias:

Dislexias Periféricas: comprometimento da analise visuo-perceptiva

Dislexias por negligencia: dificuldade de ler estímulos no campo visual contra lateral à lesão (hemisfério direito). Gera uma negligencia visual temporo parietal direita.

Dislexia Pura/Literal : leitura letra por letra ( déficits no lobo occipital esquerdo)
Casa - C- A – S – A .

Dislexias centrais: comprometimento do processamento lingüístico.

Dislexia de superfície: dificuldade da leitura de palavras irregulares ( Maximo – “Massimo”), usa-se a via de conversão grafema-fonema ou não lexical.

Dislexia fonológica: dificuldade na leitura de não palavras e normal para palavras reais
(cafbra); alteração na via de conversão grafema- fonema ou não lexical.

Dislexia profunda: dificuldade de ler palavras reais e não reais (dislexia grave)

Disfasia do desenvolvimento.

Afetam a linguagem falada. A atenção da família é atraída pela não instalação da linguagem ou ainda pela pobreza ou pelo caráter laborioso da expressão verbal. Pode ser causada por uma falha na escolarização ou mesmo por distúrbios do comportamento desencadeados na escolarização. È muito importante a normalização de um exame neurológico, a exclusão de um autismo e também a verificação de distúrbios da aquisição verbal secundários a surdez.

Acalculias ou discalculias

Pode originar-se de mecanismos múltiplos e até compostos.

A incapacidade de ler e escrever os números acompanha com freqüência mas não constantemente, uma afasia pode estar associada a uma apraxia ideatória ou ideomotora, a desordens visuocontrutivas, a uma alexia para palavras e letras e uma agrafia.

Porem é possível haver dissociações entre a leitura e a escrita dos algarismos de um lado e das letras e das palavras do outro. Logo é possível observar uma incapacidade seletiva da compreensão escrita dos números , tanto na notação verbal, quanto na notação árabe, contratando com uma compreensão normal das palavras escritas..

Acalculias espaciais

Caracterizam-se pela alteração na disposição espacial dos números escritos pelo individuo, antes de fazer o cálculo que é solicitado, sendo que o principio do calculo é conservado, como comprova a habitual preservação do calculo mental.

Efetivamente, os erros não dependem do tipo de calculo, nem da complexidade. A acalculias espacial está, quase sempre(duas a cada três vezes, segundo Hecaen e colaboradores), associada a uma agnosias espacial unilateral esquerda e portanto, é legitimo pensar que os erros vem da omissão da parte esquerda dos números e das operações aritméticas.

O problema é saber se todas as acalculias espaciais resultam de uma hemineglegencia ou se existem desordens espaciais especificas para o calculo. Acontece que as acalculias espaciais podem estar associadas as perturbações visuo-construtivas, a apraxias no vestir, as agnosias espaciais e a uma dislexia do tipo espacial e a uma hemiassomatognosia.


Anaritmetia

A anaritmetia primaria, designa as perturbações que afetam a execução das operações aritméticas: memorizando fatos aritméticos (tabuadas, multiplicações), utilização de operações que os números vão para a coluna seguinte e outros procedimentos de cálculos. A anaritmetia pode estar associada a uma afasia, a um déficit visuo construtivo, a um déficits cognitivo global, a uma alexia verbal, a uma indistinção direita –esquerda.


Disgrafia
Do mesmo modo que o desenvolvimento da linguagem, a aquisão da leitura e da escrita também dependem da maturação do sistema nervoso e da interação da criança com o seu ambiente social, porem não há duvida de que a leitura e a escrita são habilidades muito mais complexas e por isso requerem um longo processo de aprendizagem.

Dentro da hierarquia das competências linguísticas a linguagem escrita é considerada a habilidade de comunicação mais complexa a ser adquirida, já que depende da integração de aprendizagem e de experiências anteriores (relacionadas à escuta, elocução e leitura) e da associação de outras competências, tais como capacidade de reter na memória as idéias que se esta expressando, o planejamento da forma gráfica correta para cada letra e memória visual e motora suficiente para integrar as atividades simultâneas realizadas pela mão e pelos olhos (Rebelo, 2001).

Alem dos aspectos sócio-culturais, o adequado processamento das funções corticais é condição básica para a aprendizagem da escrita. Falhas nesse processamento pode resultar em um tipo de escrita incompatível com os padrões desejados, como é o caso da disgrafia.

Segundo Ajuriaguerra (1980) a disgrafia se refere a incapacidade do individuo produzir uma escrita culturalmente aceitável, apesar do mesmo possuir nível intelectual adequado, receber a devida instrução e ser submetido ao mesmo processo de prática da escrita no decorrer do processo de aprendizagem.

Esse distúrbio acomete cerca de 3 a 5 % dos escolares.

Dificuldades de aprendizagem na escrita e ansiedade acadêmica

Entende-se o termo dificuldade de aprendizagem como um conjunto de transtornos que se manifestam por meio de problemas na escrita, soletração, matemática e dificuldade na leitura, podendo ocorrer com qualquer pessoa com inteligência normal ou superior e em qualquer momento da vida. Essa definição foi inicialmente proposta pelo

National Joint Committee of Learning Disabilities (NJCLD), em 1988, e tem a aceitação da maior parte dos profissionais da área, muito embora a literatura que concerne a esses aspectos também concorde que existe uma grande dificuldade em se definir as dificuldades de aprendizagem em decorrência da heterogeneidade de sintomas.

Existe pouca literatura a respeito da temática, mas podemos apontar que em geral a ansiedade é mais freqüentemente associada a crianças que não apresentam desempenhos escolares satisfatórios. Ressalta-se que as experiências de fracassos continuadas tendem a aumentar a ansiedade infantil(Forrai, 1965; Grossman, 1969; Sarason, 1972, Cierkonski, 1975; Borchert, Horn, & Schimidt, 1979; Lucey & Reay, 2000, Boruchovitch & Costa 2001).

O medo de situações avaliadas tende aumentam os erros na escrita, sugerindo que possivelmente essa seja uma variável que afete o desempenho das crianças.

Estratégias que trabalhem com a redução de ansiedade nessas circunstâncias podem ser efetivas na melhora do desempenho das crianças.

As labilidades emocionais interferem de forma concreta no desempenho da aprendizagem das crianças. È de suma importância que possa ser trabalhada por profissionais especializados e qualificados para poder sanar tais dificuldades, auxiliando assim no seus desenvolvimento normal e sadio. Ressaltando a suas reais potencialidades e capacidades.


Referencias
Ajuriaguerra, J & Grajan, A (1995) Manual de Psicopatologia. Porto Alegre, RS Artmed.

ANDRADE, V.M.; SANTOS, F.H. Neuropsicologia Hoje. In Andrade V.M., Santos F.H., Bueno OF.A, editores. Neuropsicologia Hoje. São Paulo: Artes Médicas, 2004.

Atualizações em Transtorno de Aprendizagem – Jose M Montiel & Fernando C. Capovilla – Artes Mediacas.
Neuropsicologia Roger Gil – Editora Santos
Transtorno de Deficits de Atenção e Hiperatividade – Manual para Diagnsotico e Tratamento – Russell A. Barkley & Kevin R. Murphy

Transtorno de Deficits de Atenção e Hiperatividade – Exercícios Clínicos – Russell A. Baarkley & Kevin R. Murphy
ABD – Associação Brasileira de Dislexia - www.dislexia.org.br/
DSM IV



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